O corpo está diretamente envolvido nos processos de aprendizagem, no qual o movimento, a percepção corporal e a coordenação motora são fundamentais para o desenvolvimento de habilidades cognitivas, sociais e emocionais, especialmente em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O desenvolvimento motor influencia como a criança interage com o ambiente, organiza suas ações, regula emoções e constrói autonomia. Para crianças com TEA, que podem apresentar dificuldades no equilíbrio, na coordenação ou na motricidade fina, esse aspecto é ainda mais relevante.
Pesquisas mostram que a integração entre funções motoras e cognitivas está presente desde os primeiros anos de vida. Desta forma, o desenvolvimento psicomotor é um fator essencial na construção do esquema corporal, base para a aprendizagem escolar.
Alterações no desenvolvimento motor podem interferir em diversas atividades do cotidiano. Dificuldades em sentar com estabilidade, segurar um lápis, subir escadas ou participar de brincadeiras com os colegas não apenas limitam a autonomia, mas também restringem oportunidades de interação social e de construção de vínculos.
A coordenação motora está relacionada, por exemplo, à capacidade de planejar movimentos (praxis), um aspecto que pode estar comprometido em crianças com TEA. Isso impacta tarefas como escrever, recortar, vestir-se ou alimentar-se sozinho.
Na bloomy, o corpo é considerado elemento central nos processos terapêuticos e educativos. As propostas da equipe incluem atividades motoras que integram movimento, percepção e cognição, favorecendo a comunicação, o aprendizado e a autonomia da criança.
O trabalho corporal realizado com o apoio de profissionais como terapeutas ocupacionais, psicomotricistas e fisioterapeutas permite que as crianças desenvolvam maior consciência de si, organizem melhor seus movimentos e ganhem confiança para explorar o ambiente.
Incluir o corpo no processo de aprendizagem significa respeitar as múltiplas formas de desenvolver competências. Para crianças com TEA, esse cuidado contribui para ampliar o acesso às experiências educativas e promover uma trajetória mais participativa.