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08/05/2025

Integração Sensorial no Autismo: como os sentidos influenciam o comportamento e a aprendizagem

Equipe bloomy

Por Michele Rodrigues, neuropsicopedagoga

A integração sensorial é um processo neurológico fundamental que permite ao cérebro organizar e interpretar os estímulos captados pelos sentidos, como visão, audição, tato, paladar, olfato, equilíbrio (sistema vestibular) e percepção corporal (propriocepção). Essa habilidade é essencial para que a criança reaja ao ambiente de forma funcional, adaptativa e segura.

Em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), é comum observar alterações no processamento sensorial, que impactam diretamente seu comportamento, comunicação, aprendizagem e interação social, gerando hiper-reatividade (excesso de sensibilidade) ou hipo-reatividade (resposta diminuída) aos estímulos (Brasil, 2021). Esse aspecto, embora ainda pouco conhecido fora dos contextos clínicos e educacionais, é uma das chaves para compreender muitas das dificuldades enfrentadas por essas crianças no dia a dia.
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O que é disfunção de integração sensorial?

De acordo com a terapeuta ocupacional Jean Ayres (1989), pioneira nos estudos sobre o tema, o cérebro integra os estímulos sensoriais para orientar o corpo e as emoções. Quando essa integração falha, a criança pode apresentar:

  • Hiper-reatividade sensorial: quando há sensibilidade excessiva a estímulos (ex.: barulhos, texturas, cheiros);
  • Hipo-reatividade sensorial: quando a resposta aos estímulos é muito reduzida ou ausente (ex.: não perceber dor ou não reagir a sons altos);
  • Busca sensorial: quando a criança procura de forma intensa certos estímulos, como se balançar, bater objetos ou pressionar o próprio corpo.

Estudos mais recentes, como o da American Occupational Therapy Association (AOTA, 2022), indicam que até 80% das crianças com TEA apresentam algum tipo de desregulação sensorial.

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Exemplos de sinais de disfunção sensorial no dia a dia

Os sinais de uma integração sensorial atípica podem se manifestar de formas diversas, muitas vezes interpretadas erroneamente como “birra” ou “falta de limites”. Alguns exemplos:

  • Recusa a certos tecidos ou etiquetas de roupa;
  • Cobrir os ouvidos com frequência ou reagir mal a barulhos comuns (ex.: campainha, secador, gritos);
  • Andar na ponta dos pés;
  • Procurar apertar objetos, se enrolar em cobertas ou se esconder em cantos fechados;
  • Dificuldades motoras: evitar escorregadores, cair com frequência, ter medo de subir degraus.

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Por que isso importa na escola?

No ambiente escolar, reconhecer esses sinais é fundamental. O ambiente é riquíssimo em estímulos: sons, luzes, cheiros, interações sociais, mudanças na rotina. Para uma criança com TEA, isso pode ser intensamente desorganizador se ela tiver dificuldade em filtrar ou processar essas informações.

Professores atentos a sinais como agitação súbita, isolamento, resistência a atividades específicas ou reações desproporcionais a estímulos simples podem ser fundamentais para encaminhar a criança à avaliação adequada.

A escola, quando sensibilizada para o tema, torna-se uma aliada no planejamento de intervenções pedagógicas personalizadas, com apoio da equipe multidisciplinar (psicopedagogo, terapeuta ocupacional, psicólogo, fonoaudiólogo).

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O papel da Terapia Ocupacional com abordagem sensorial

Na bloomy, a integração sensorial é uma das abordagens terapêuticas fundamentais. Através da Terapia Ocupacional, a criança é exposta a estímulos de forma controlada e estruturada, com o objetivo de:

  • Aumentar sua capacidade de autorregulação;
  • Melhorar a atenção e o engajamento nas tarefas escolares;
  • Reduzir comportamentos desafiadores relacionados à sobrecarga sensorial;
  • Estimular habilidades motoras e funcionais no brincar, na alimentação e na interação social.

Como reforçam Oliveira e Souza (2022), crianças que participam de programas de intervenção sensorial apresentam melhora significativa na autorregulação e no desempenho acadêmico.

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Escuta e acolhimento como caminhos de inclusão

Compreender a integração sensorial como parte do perfil neurológico do TEA é dar um passo importante na direção da inclusão real. Isso significa ouvir mais, julgar menos, adaptar mais — e estar disposto a construir pontes.

Na bloomy, trabalhamos com cada criança de forma individualizada, respeitando suas necessidades sensoriais e envolvendo a família e a escola em todo o processo. Porque quando todos falam a mesma linguagem — a do respeito, da ciência e da empatia — os avanços acontecem de forma mais leve, contínua e verdadeira.

Cuidar dos sentidos é cuidar da experiência de ser criança.


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Referências
Brasil. (2021). Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Comportamento Agressivo no Transtorno do Espectro do Autismo. Ministério da Saúde. https://static.poder360.com.br/2021/12/pcdt-tea-comportamentoagressivo-18dez2021.pdf Oliveira, P. L. de., & Souza, A. P. R. de. (2022). Terapia com base em integração sensorial em um caso de Transtorno do Espectro Autista com seletividade alimentar. Cadernos Brasileiros De Terapia Ocupacional, 30, e2824. https://doi.org/10.1590/2526-8910.ctoRE21372824

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