Por dra Michele Rodrigues, neuropsicopedagoga
Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) frequentemente enfrentam dificuldades nas interações sociais. Essas barreiras podem estar relacionadas a limitações na comunicação verbal e não verbal, dificuldades em compreender regras sociais implícitas ou até mesmo a questões de sensibilidade sensorial.
Por isso, o contato com colegas pode, em muitos casos, gerar estresse ou isolamento. No entanto, o desenvolvimento de habilidades sociais é possível e precisa ser incentivado desde cedo. A interação com pares é fundamental para o desenvolvimento emocional, cognitivo e comportamental.
Para entender melhor esse aspecto, o artigo rigidez cognitiva no autismo mostra como flexibilizar rotinas e comportamentos ajuda a criança a se abrir para experiências sociais mais diversas.
O papel da família na interação social e TEA
O ambiente familiar é o primeiro espaço de socialização. Pais e cuidadores têm um papel ativo nesse processo, especialmente ao:
- Modelar brincadeiras: participar diretamente, mostrando como iniciar e manter uma interação.
- Ensinar habilidades sociais básicas: como cumprimentar, esperar a vez, pedir para brincar.
- Facilitar oportunidades: organizar encontros com outras crianças e mediar interações quando necessário.
- Valorizar pequenos avanços: reconhecer cada tentativa de aproximação como parte do processo de aprendizagem.
Ferramentas como cartões visuais, histórias sociais e jogos cooperativos podem apoiar esse processo. A integração sensorial no autismo também é relevante, já que ambientes muito barulhentos ou cheios de estímulos podem dificultar a socialização.
Escola: um espaço privilegiado de convivência
Estratégias para apoiar a interação entre colegas
A escola tem um papel essencial na construção de vínculos sociais. Educadores podem desenvolver práticas que tornem o convívio mais acessível, como:
- Propor atividades em duplas ou pequenos grupos
- Incentivar jogos cooperativos com regras simples
- Estabelecer combinados de convivência claros e visuais
- Estimular o olhar empático e a escuta ativa entre os colegas
Quando surgem conflitos, o educador pode atuar como mediador, transformando o momento em oportunidade educativa. Assim, ensina-se negociação, respeito e expressão saudável de sentimentos.
O artigo planejamento pedagógico para crianças com TEA traz exemplos de como a escola pode estruturar práticas inclusivas que favorecem a socialização.
A contribuição da bloomy para a interação social e TEA
Na bloomy, desenvolvemos recursos terapêuticos e educacionais que ajudam famílias e escolas a estimularem a socialização de crianças com TEA. Nossas equipes multidisciplinares trabalham com:
- Vídeos explicativos para professores e cuidadores
- Materiais visuais adaptados que facilitam a comunicação
- Orientações práticas para lidar com situações sociais no dia a dia
Acreditamos que nenhuma criança deve crescer sozinha. Toda criança merece ser parte de um grupo, desenvolver vínculos e florescer em ambientes de afeto e aprendizado.