Por dra Michele Rodrigues, neuropsicopedagoga
No Transtorno do Espectro Autista (TEA), as crises comportamentais não surgem do nada. Elas geralmente resultam de uma sobrecarga — sensorial, emocional, comunicativa ou social. Quando o cérebro da criança não consegue processar os estímulos de forma equilibrada, o corpo entra em estado de defesa.
Essas crises não são birras ou desobediência, mas sim formas legítimas de expressão diante da dificuldade de autorregulação. Por isso, entender os sinais de alerta é essencial para trabalhar a prevenção de crises TEA.
O artigo sobre integração sensorial no autismo ajuda a compreender como estímulos de luz, som ou toque podem impactar diretamente na regulação emocional da criança.
Como a família pode reconhecer sinais de crise
Indicadores comuns antes de uma crise
Para familiares, perceber os sinais precoces é a melhor forma de prevenir crises. Alguns indicativos importantes incluem:
- Agitação motora, como mexer mãos e pernas ou andar em círculos
- Respiração acelerada
- Mudança no tom de voz ou repetição de frases
- Evitação de contato visual ou social
- Rigidez corporal ou tentativas de se isolar
Esses comportamentos funcionam como alertas. Quando percebidos a tempo, é possível oferecer contenção emocional, afeto, pausas e redirecionamentos suaves.
O artigo rigidez cognitiva no autismo mostra como essa característica pode intensificar crises, reforçando a importância de trabalhar a flexibilidade no dia a dia.
Prevenção de crises TEA no ambiente escolar
O papel do educador
Em sala de aula, crises podem ser desafiadoras, mas com preparo muitas delas podem ser evitadas. O primeiro passo é reconhecer os sinais sutis de sobrecarga, como:
- Alterações no olhar ou expressão facial
- Aumento de estereotipias (movimentos repetitivos, sons ou frases)
- Tentativas de se afastar do grupo
- Hipersensibilidade a sons, luzes ou toques
Estratégias práticas na escola
Ao identificar precocemente, o professor pode adotar medidas preventivas, como:
- Reduzir estímulos do ambiente
- Oferecer pausas e espaços seguros
- Reforçar previsibilidade da rotina
- Redirecionar com leveza e empatia
O artigo planejamento pedagógico para crianças com TEA traz exemplos de como adaptar conteúdos e estratégias para fortalecer a inclusão e minimizar crises.
Ter um plano de ação individualizado, construído a partir do perfil sensorial da criança, é fundamental. Professores preparados não apenas acolhem, mas garantem um ambiente de segurança para toda a turma.
Como a bloomy apoia a prevenção de crises TEA
Na bloomy, acreditamos no cuidado antes da crise. Nosso trabalho é apoiar famílias e educadores para se anteciparem às situações de sobrecarga, oferecendo:
- Orientações práticas baseadas em análise do comportamento aplicada (ABA)
- Materiais educativos que ensinam a reconhecer sinais precoces
- Estratégias para escolas promoverem ambientes mais previsíveis e seguros
- Acompanhamento multiprofissional com psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos
Prevenir é cuidar. Observar é um ato de afeto. Agir com empatia transforma a forma como a criança é acolhida. Porque toda criança merece ser compreendida — antes de ser corrigida.