Desenvolver a coordenação motora em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode ser um processo desafiador, mas essencial.
A dificuldade com movimentos amplos e precisos interfere diretamente nas habilidades do dia a dia, como se vestir, comer ou brincar. Além disso, impacta tanto a autonomia quanto a qualidade de vida da criança.
Neste artigo, vamos explorar os principais desafios relacionados à coordenação motora no autismo, suas causas, como estimulá-la de forma eficaz e o papel das clínicas especializadas nesse processo.
Primeiramente, o que é coordenação motora
A coordenação motora é a capacidade de sincronizar movimentos do corpo de forma controlada e eficiente. Ela envolve a integração entre músculos, articulações, sistema nervoso e sentidos, permitindo desde atividades simples — como segurar um lápis — até ações mais complexas — como pular ou amarrar um tênis.
O que é a coordenação motora grossa?
A coordenação motora grossa refere-se aos movimentos amplos do corpo, que envolvem grandes grupos musculares. Ela é fundamental para ações como andar, correr, pular, arremessar ou manter o equilíbrio.
O desenvolvimento adequado da motricidade grossa é a base para a criança explorar o ambiente, brincar e socializar.
O que é a coordenação motora fina?
Já a coordenação motora fina envolve movimentos mais delicados, que requerem precisão, como desenhar, recortar com tesoura, escrever, encaixar peças ou abotoar roupas.
Esses movimentos dependem de maior controle dos pequenos músculos, especialmente das mãos e dos dedos.
Principais desafios na coordenação motora no autismo
Crianças com TEA podem apresentar atrasos ou dificuldades nas duas formas de coordenação motora, fina e grossa. Essas alterações não são universais, mas são bastante comuns.
Algumas crianças evitam atividades físicas por dificuldades de planejamento motor ou por hipersensibilidades sensoriais, enquanto outras mostram rigidez corporal, movimentos desorganizados ou pouco direcionados.
Entre os principais desafios, podemos destacar:
- Dificuldade em correr, saltar ou subir escadas;
- Desequilíbrios frequentes e tropeços;
- Problemas com controle postural e planejamento motor;
- Dificuldade em manipular objetos pequenos ou realizar tarefas com precisão manual;
- Frustração frente a brincadeiras que exigem agilidade ou coordenação.
Essas dificuldades impactam diretamente nas habilidades do dia a dia para crianças com autismo, dificultando sua autonomia e participação social.
Como desenvolver a coordenação motora no autismo
O primeiro passo para promover avanços é respeitar o ritmo de cada criança e oferecer experiências motoras lúdicas, adaptadas e seguras. Atividades simples, quando bem direcionadas, podem gerar grandes resultados ao longo do tempo.
Algumas estratégias eficazes incluem:
- Brincadeiras com bola: rolar, arremessar ou chutar ajuda no desenvolvimento da coordenação grossa e na percepção espacial;
- Circuitos com obstáculos: utilizar almofadas, cordas ou cones em casa ou na escola para trabalhar equilíbrio, força e planejamento motor;
- Massinha e argila: excelentes para fortalecer os pequenos músculos das mãos e estimular a coordenação fina;
- Desenhos com giz ou pincel largo: promovem o controle dos braços e preparam a criança para atividades de escrita;
- Jogos de encaixe e construção: como blocos ou quebra-cabeças grandes, que exigem coordenação olho-mão.
A repetição com variação e a construção de rotinas prazerosas são fundamentais para a consolidação dessas habilidades. Além disso, o reforço positivo (elogios, sorrisos, recompensas) aumenta o engajamento da criança.
Como a escola pode contribuir
O ambiente escolar também pode (e deve) atuar no desenvolvimento da coordenação motora. Professores e auxiliares, com orientação de profissionais especializados, podem adaptar atividades e propor desafios motores durante o cotidiano escolar.
Recriar pequenos circuitos na sala, oferecer brinquedos que estimulem o uso das mãos e valorizar os avanços de cada criança são práticas que tornam a escola mais inclusiva e participativa. O trabalho em rede entre família, escola e clínica fortalece os ganhos motores e promove maior bem-estar à criança com TEA.
Clínicas especializadas podem ajudar no desenvolvimento
A coordenação motora faz parte do plano terapêutico em muitas clínicas que atendem crianças com TEA, incluindo a bloomy.
A atuação de profissionais especializados — como terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, psicomotricistas e psicólogos — é fundamental para a avaliação, planejamento e execução de atividades personalizadas.
Além disso, o tratamento multidisciplinar no autismo permite que diferentes áreas trabalhem de forma integrada, acompanhando os avanços e ajustando os estímulos sempre que necessário.
Na bloomy, contamos com um ambiente sensorialmente preparado, materiais lúdicos e propostas diversificadas que envolvem movimento, percepção corporal, lateralidade e ritmo. Nossas oficinas temáticas mensais abordam aspectos motores com criatividade e funcionalidade
Tudo é pensado com base na Análise do Comportamento Aplicada (Terapia ABA), com metas terapêuticas claras, registro de progresso e envolvimento familiar constante.
Cada passo é uma conquista
Estimular a coordenação motora no autismo não é apenas uma questão de desenvolvimento físico, mas de ampliar possibilidades para a criança viver com mais independência, segurança e prazer.
A movimentação corporal está diretamente ligada à autoestima, à participação social e ao aprendizado.
Por isso, o olhar atento de pais, educadores e terapeutas faz toda a diferença. Respeitar o tempo da criança, oferecer desafios adequados e envolver o brincar como estratégia são atitudes transformadoras.
Na bloomy, clínica para autismo infantil, acreditamos que cada passo dado — por menor que pareça — é uma vitória. Por meio de práticas baseadas em evidências, atividades lúdicas e envolvimento familiar, construímos caminhos sólidos para o desenvolvimento integral das crianças com TEA.