À medida que a ciência avança, pais, profissionais e educadores têm buscado entender melhor as origens do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Uma das dúvidas mais comuns é: afinal, o autismo é genético?
Compreender os fatores que influenciam o TEA ajuda a combater estigmas, esclarecer equívocos e fortalecer diagnósticos mais precisos — especialmente na infância, quando o desenvolvimento da criança pode ser amplamente beneficiado por intervenções precoces.
Neste artigo, você vai entender o que já se sabe sobre a genética no autismo, quais outros fatores estão envolvidos e como funciona o processo de diagnóstico, além de conhecer o trabalho da bloomy com crianças autistas e suas famílias.
É verdade que o autismo é genético?
Sim, a ciência já identificou que o autismo tem forte base genética, embora não seja exclusivamente determinado por herança familiar.
Estudos apontam que entre 74% e 90% da variabilidade do autismo pode ser explicada por fatores genéticos. Isso significa que, em grande parte dos casos, o TEA tem relação com mutações genéticas que afetam o funcionamento do cérebro.
No entanto, a presença desses genes não garante, por si só, que a criança será autista. É por isso que se fala em uma interação entre predisposição genética e outros fatores, como ambientais e epigenéticos.
O que são fatores genéticos no autismo?
Os fatores genéticos associados ao TEA envolvem alterações em genes que regulam o desenvolvimento cerebral, a comunicação entre neurônios e a plasticidade neural. Essas alterações podem ser:
- Espontâneas (mutações de novo): surgem no indivíduo sem estarem presentes nos pais.
- Herdadas: transmitidas por um ou ambos os pais, mesmo que os pais não apresentem sintomas.
Já foram identificadas centenas de variantes genéticas associadas ao autismo, muitas delas relacionadas a outras condições do neurodesenvolvimento, como TDAH, deficiência intelectual e epilepsia.
Então, o autismo pode ser herdado de familiares?
Sim, o autismo pode ser herdado. Estudos mostram que familiares de pessoas autistas têm maior chance de também apresentar TEA ou traços do espectro. Em gêmeos idênticos, por exemplo, a chance de ambos desenvolverem autismo pode ultrapassar 80%.
Entretanto, é importante lembrar que a hereditariedade não é uma sentença. Há casos em que apenas um filho é diagnosticado, mesmo que os irmãos não apresentem nenhum traço do espectro.
Existe exame genético para detectar autismo?
Atualmente, não existe um exame genético que, sozinho, confirme o diagnóstico de autismo.
No entanto, testes genéticos podem ser indicados para investigar causas associadas ao TEA, especialmente quando há atraso global do desenvolvimento, déficits intelectuais ou outras comorbidades.
Os exames mais comuns incluem:
- Cromossomo microarray (CMA): identifica alterações estruturais nos cromossomos.
- Exoma completo (WES): analisa os genes que codificam proteínas.
- Painéis genéticos específicos: voltados a síndromes com características semelhantes ao TEA.
Esses exames são importantes, mas devem ser acompanhados de avaliação clínica multidisciplinar.
Fatores ambientais influenciam o desenvolvimento do autismo?
Sim. Embora a genética tenha um peso importante, fatores ambientais também exercem influência. Entre os principais estão:
- Idade avançada dos pais
- Infecções durante a gestação
- Exposição a poluentes ou medicamentos neurotóxicos
- Prematuridade extrema ou complicações no parto
É fundamental esclarecer que vacinas não causam autismo — um mito amplamente desmentido pela comunidade científica.
Como diagnosticar o autismo ainda na infância?
O diagnóstico do autismo é comportamental e clínico, baseado na observação de sinais como dificuldade na comunicação, rigidez de interesses e padrões repetitivos de comportamento. Quanto mais cedo os sinais forem identificados, maiores as chances de um desenvolvimento saudável e de autonomia da criança.
Na bloomy, o processo de diagnóstico é conduzido por uma equipe especializada, com escuta qualificada, ferramentas reconhecidas (como ADOS-2 e CARS) e acompanhamento familiar constante.
O foco está em garantir um diagnóstico preciso e acolhedor, para que a criança possa iniciar o quanto antes o seu plano de intervenção individualizado.
Além disso, o trabalho da clínica se baseia em pilares como: