TDAH e autismo andam sempre juntos? Saiba as características
02/10/2025
TDAH e autismo andam sempre juntos? Saiba as características
Equipe bloomy
O TDAH e autismo andam sempre juntos? Compreender a neurodiversidade é essencial para apoiar o desenvolvimento saudável das crianças e oferecer os recursos adequados em cada fase da vida.
Entre as condições mais conhecidas, o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) e o autismo (Transtorno do Espectro Autista – TEA) despertam muitas dúvidas justamente porque podem apresentar sinais semelhantes, como dificuldades de atenção e de interação social.
No entanto, tratam-se de diagnósticos distintos, com características próprias e formas específicas de acompanhamento.
A seguir, vamos explicar o que é o TDAH, como ele se manifesta, quais são as principais diferenças em relação ao autismo e como é feito o diagnóstico quando os sinais se sobrepõem.
O que é TDAH e como ele se manifesta?
O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por três grupos principais de sintomas: desatenção, hiperatividade e impulsividade.
Embora esses sinais possam surgir em qualquer criança em determinados contextos, no TDAH eles são persistentes, ocorrem em diversos ambientes (como casa e escola) e impactam significativamente a vida da criança.
Crianças com TDAH podem ter dificuldade em manter o foco em tarefas por longos períodos, esquecer compromissos, falar ou se movimentar excessivamente, interromper conversas ou agir por impulso. Em muitos casos, há um comprometimento no desempenho escolar, nas relações familiares e na interação com colegas.
O que é autismo e quais são suas principais características?
O autismo também é uma condição do neurodesenvolvimento. Sua principal característica está nas alterações na comunicação social e em comportamentos repetitivos ou interesses restritos. Essas manifestações variam de intensidade e podem surgir ainda nos primeiros anos de vida.
No TEA, é comum observar dificuldades para manter o contato visual, compreender regras sociais implícitas e responder de forma adequada a interações sociais. Além disso, muitas crianças apresentam hipersensibilidades sensoriais e um padrão de comportamento mais rígido, com resistência a mudanças de rotina.
O hiperfoco no autismo também é uma característica marcante, podendo levar a uma atenção extrema e prolongada a um único tema de interesse.
Apesar de ambas as condições afetarem o desenvolvimento, TDAH e TEA são transtornos distintos, com critérios diagnósticos próprios.
Quais as principais diferenças entre TDAH e autismo?
Embora existam semelhanças superficiais entre TDAH e autismo, como dificuldades de atenção, interação social e regulação emocional, suas origens e manifestações clínicas são diferentes.
Essas diferenças são importantes para evitar confusões no momento da avaliação.
É possível ter TDAH e autismo ao mesmo tempo?
Sim. Estudos apontam que há uma alta taxa de comorbidade entre TDAH e TEA. Segundo a literatura científica, entre 30% a 80% das pessoas com TEA também apresentam sintomas compatíveis com TDAH.
Essa sobreposição é tão relevante que, desde o DSM-5 (manual de diagnóstico utilizado mundialmente), é permitido que ambos os diagnósticos sejam feitos simultaneamente — algo que não era possível nas versões anteriores.
Essa coexistência pode tornar o diagnóstico mais desafiador, já que os sinais se misturam e podem até se mascarar. Por isso, é fundamental contar com uma equipe especializada e bem treinada para fazer essa distinção.
Como é feito o diagnóstico quando há sinais sobrepostos?
O processo de avaliação envolve entrevistas com os responsáveis, análise do comportamento da criança em diferentes contextos e a aplicação de instrumentos padronizados e reconhecidos.
Profissionais como neuropediatras, psicólogos e neuropsicopedagogos trabalham em conjunto para investigar os sintomas, sua intensidade e frequência. É importante considerar não apenas os comportamentos isolados, mas como eles se manifestam de forma funcional no dia a dia da criança.
Por exemplo, uma criança que tem dificuldade de manter o foco pode estar enfrentando tanto sintomas de TDAH quanto padrões de interesse restrito e desatenção social ligados ao TEA. Só uma análise criteriosa pode esclarecer essa dúvida.
Quem procurar para ter um diagnóstico confiável?
A avaliação deve ser feita por uma equipe multidisciplinar especializada em neurodesenvolvimento, com experiência no diagnóstico precoce no autismo e em TDAH.
Na bloomy, trabalhamos com métodos baseados em evidência e ferramentas reconhecidas internacionalmente. Além de entrevistas clínicas, utilizamos escalas específicas, como a ADOS-2, CARS e protocolos de observação que ajudam a diferenciar os quadros clínicos.
O objetivo é compreender o perfil da criança em sua totalidade, considerando tanto os desafios quanto às potencialidades. Com esse olhar amplo, é possível desenvolver um plano de intervenção individualizado, que considere o contexto familiar e escolar.
A bloomy oferece suporte completo desde o diagnóstico até o tratamento, com estratégias integradas de cuidado que incluem, por exemplo, atividades no autismo para estimular o desenvolvimento de habilidades sociais, cognitivas e sensoriais.
Perguntas frequentes
TDAH e autismo são a mesma coisa?
Não. Embora compartilhem alguns sintomas, são transtornos distintos com critérios diagnósticos diferentes.
Quem tem TDAH é considerado autista?
Não. TDAH e TEA são condições diferentes. Uma pessoa com TDAH não é automaticamente considerada autista, mas pode apresentar dificuldades semelhantes em atenção, regulação emocional ou interação social.
Como age uma pessoa com autismo e TDAH?
Quando há os dois diagnósticos, é comum observar maior intensidade nos sintomas, como agitação, dificuldade de manter foco e desafios significativos na comunicação social. O comportamento pode variar bastante, por isso é essencial uma avaliação individualizada.
Existe tratamento para TDAH e TEA ao mesmo tempo?
Sim. Com uma equipe multidisciplinar, é possível estruturar um plano terapêutico que aborda os dois quadros de forma integrada.
No TDAH, pode haver uso de medicação estimulante; no TEA, terapias como aterapia ABA no autismo são mais indicadas.
Quem tem TDAH pode ter filhos autistas?
Sim, isso é possível. Tanto o TDAH quanto o TEA possuem componentes genéticos. Ter um dos diagnósticos na família pode aumentar a chance de aparecimento em gerações seguintes, mas não determina isso com certeza.