A forma como o autismo é classificado oficialmente nos sistemas de saúde tem impacto direto no acesso a direitos, diagnósticos e tratamentos. Com a entrada em vigor da 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) no Brasil a partir de 2025, surgem novas diretrizes para profissionais de saúde, educadores e famílias.
Mas o que muda, de fato, no CID do autismo? Quais são os impactos dessa atualização? E como garantir que a classificação seja usada corretamente?
Neste artigo, vamos explicar o que é o CID, como ele funciona, quais são as principais mudanças no caso do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e o que você precisa saber para acompanhar as atualizações previstas para 2025.
O que é o CID e qual sua importância na saúde?
O CID (Classificação Internacional de Doenças) é um sistema criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para categorizar e codificar doenças, transtornos, condições de saúde e causas de morte.
Ele é utilizado por profissionais de saúde do mundo todo, servindo como base para estatísticas, diagnósticos, registros clínicos e definição de políticas públicas.
A classificação CID também é essencial para garantir acesso a tratamentos, cobertura por planos de saúde, concessão de direitos previdenciários e educacionais e inclusão em programas de apoio.
No caso do autismo, a forma como o transtorno é codificado pode influenciar diretamente na forma como ele é compreendido e tratado.
Qual era o código do autismo no CID-10?
Na versão anterior da classificação, a CID-10, o autismo aparecia sob o código F84.0 e era incluído na categoria de "Transtornos globais do desenvolvimento". Essa categoria abrangia diferentes condições, como:
- Autismo infantil (F84.0)
- Autismo atípico (F84.1)
- Síndrome de Rett (F84.2)
- Transtorno desintegrativo da infância (F84.3)
- Transtorno com hipercinesia associada ao retardo mental (F84.4)
Essa classificação segmentada era usada para definir características específicas, mas com o avanço das pesquisas em neurodesenvolvimento, percebeu-se que essas divisões não refletiam a complexidade e a variabilidade do espectro autista.
Quais são as mudanças para o autismo no CID-11?
A CID-11 substitui os códigos antigos e unifica os diagnósticos sob o termo Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), localizado na seção 6A02. Essa nova abordagem reconhece que o autismo é um espectro amplo, com diferentes níveis de suporte, em vez de vários transtornos isolados.
A nova classificação traz como novidade:
- Um único código para o espectro autista: 6A02
- Subdivisões com base em níveis de suporte, habilidades linguísticas e cognitivas
- Abandono dos termos como "autismo infantil" ou "síndrome de Asperger"
Essa mudança se alinha às diretrizes do DSM-5, manual de diagnóstico utilizado na psiquiatria norte-americana. A classificação mais ampla permite uma compreensão mais individualizada e realista das necessidades da criança com TEA.
Leia mais em: Níveis de suporte no autismo com novo CID
O que muda para as famílias e profissionais com a nova classificação?
Para as famílias, a atualização representa uma mudança na forma de compreender e planejar o cuidado com a criança com TEA. Em vez de um diagnóstico "fechado" com base em um rótulo específico, o CID-11 considera aspectos funcionais e contextuais.
Já para os profissionais da saúde e da educação, a nova classificação permite um olhar mais abrangente e humanizado sobre o desenvolvimento da criança, facilitando o planejamento de intervenções adequadas e adaptadas.
Na bloomy, acreditamos que o novo modelo também valoriza o tratamento multidisciplinar no TEA, já que considera diferentes dimensões do desenvolvimento. A equipe clínica pode elaborar planos personalizados com mais precisão, respeitando o tempo, as habilidades e os desafios de cada criança.
Como o novo CID impacta diagnósticos e tratamentos?
Com a unificação dos subtipos e a introdução dos níveis de suporte, os diagnósticos passam a ter uma abordagem mais funcional, considerando as necessidades reais de apoio que a criança apresenta no seu cotidiano.
Isso torna o encaminhamento para terapias mais coerente com o perfil da criança. Também facilita a comunicação entre profissionais da saúde, da educação e da família. Com a classificação mais clara e atualizada, planos terapêuticos se tornam mais eficientes.
Essa mudança também pode fortalecer o papel do diagnóstico precoce TEA, uma vez que o CID-11 reconhece sinais mais amplos e considera diferentes trajetórias de desenvolvimento.
Quem pode fazer o diagnóstico utilizando o CID?
O diagnóstico de TEA deve ser feito por profissionais de saúde habilitados, como psiquiatras, neurologistas, neuropediatras ou psicólogos com formação em avaliação diagnóstica. Esses profissionais devem utilizar instrumentos validados, observações clínicas e entrevistas com a família.
Na bloomy, o processo de diagnóstico é realizado de forma cuidadosa e individualizada, com o suporte de uma equipe interdisciplinar. A aplicação do CID-11 está integrada ao acompanhamento de cada criança, garantindo maior precisão e planejamento adequado do atendimento.
Onde consultar o CID atualizado para o autismo?
A classificação CID-11 está disponível no site da Organização Mundial da Saúde, com versão em português. Além disso, órgãos como o Ministério da Saúde, Conselhos Regionais e Federações profissionais também disponibilizam materiais explicativos.
Recomenda-se que profissionais da saúde e educadores acompanhem essas atualizações por canais oficiais e formações continuadas. Na bloomy, oferecemos informação de qualidade e orientação segura para famílias, escolas e parceiros.
Compreensão Ampla e Eficaz
As mudanças no CID do autismo representam um passo importante rumo a uma compreensão mais ampla, respeitosa e eficaz do Transtorno do Espectro Autista.
Com a nova classificação, é possível reconhecer melhor as diferenças individuais, planejar intervenções personalizadas e promover mais acolhimento e visibilidade para as crianças autistas e suas famílias.
O CID para autismo é só uma etapa nessa caminhada de desenvolvimento. A bloomy, uma rede de clínicas em São Paulo especializada em tratamento de crianças atípicas, une tecnologia, acolhimento e abordagem interdisciplinar para oferecer um cuidado verdadeiramente centrado no paciente.
Acompanhe nosso blog para mais informações sobre o universo do TEA e as novidades em diagnóstico, terapias e educação inclusiva.
FAQ
Qual é o CID do autismo?
A partir de 2025, o código do autismo é 6A02, de acordo com a CID-11.
O diagnóstico feito com base na CID-10 continua válido?
Sim. Diagnósticos anteriores continuam válidos, mas podem ser atualizados com base nos novos critérios.
A mudança de CID afeta o acesso a benefícios e direitos?
Não de forma negativa. A nova classificação pode, inclusive, melhorar a precisão no encaminhamento de terapias e na concessão de direitos.
Existe diferença entre o CID brasileiro e o internacional?
O CID-11 é um sistema internacional padronizado. A versão brasileira segue os mesmos códigos e diretrizes, com tradução oficial e aplicação conforme as normativas locais.